PGR nega "caça às bruxas"
Luanda - A directora nacional de prevenção e
combate à corrupção, Inocência Pinto, negou, nesta quinta-feira, a existência,
em Angola, de um processo selectivo de investigação contra figuras políticas.
Considerou infundadas as informações que insinuam haver alguma selectividade nesse processo de investigação de figuras políticas, que se intensificou nos últimos tempos, com casos mediáticos.
Explicou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebe denúncias todos os dias e não olha a quem, para fazer o seu trabalho de investigação.
"Tão logo os factos chegam ao conhecimento, inicia-se o processo de inquérito, que visa averiguar a existência de factos que, eventualmente, possam configurar ilícito penal", declarou.
Afirmou que a Procuradoria é um órgão de bem e, por excelência, o defensor da legalidade, pelo que pauta a sua actuação escrupulosamente nos limites da Lei.
Questionada sobre a prontidão da PGR para liderar o processo de combate à corrupção, disse que a instituição não só está em condições de o fazer, como já o tem feito.
Afirmou que têm recursos humanos formados nesta área para cumprir com as suas atribuições e levar a bom porto esse combate, apesar de serem ainda insuficientes.
Inocência Pinto disse acreditar que estão a fazer o melhor para combater essas práticas, mas solicitou mais colaboração de outras estruturas da sociedade.
"Estamos a fazer o melhor possível e a vencer o combate. Mas esta é uma batalha que não é exclusivamente nossa, não cabe apenas a um órgão o enfrentamento deste fenómeno", expressou.
Quanto ao envolvimento da sociedade na apresentação de denúncias, afirmou que ainda é fraco.
"Ainda não recebemos o retorno que pretendemos da sociedade. Queremos um engajamento maior, porque esse combate é de todos nós. A corrupção não é algo que se combate só nos órgãos de justiça, a sociedade é chamada para prevenir", rematou.
A cruzada contra a corrupção em Angola é uma das prioridades das autoridades angolanas, que têm vindo, nos últimos anos, a adoptar medidas legislativas e executivas, para combater o branqueamento de capitais, o peculato, a burla, o suborno e outros crimes.
No quadro dessa estratégia do Governo, várias figuras políticas e gestores do sector empresarial público têm sido levados à justiça, muitas delas por peculato e má gestão do erário.
Está também nas prioridades do Executivo o combate cerrado à impunidade, ao nepotismo e à bajulação, práticas que enfermaram a sociedade angolana nos últimos anos.
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